O Enigma da Pantera - Capitulo 4 - Parte 02


 

   

Eram quase dezessete horas daquela mesma tarde. No alto, o sol começava a perder o seu vigor. Então, o forte calor de algumas horas antes tornava-se mais ameno, sendo substituído aos poucos por uma gostosa brisa que se fazia sentir em qualquer lugar da região. 

A essa hora, no pomar de sua fazenda, José Pires e sua esposa conversavam à sombra das árvores frutíferas. A filha do casal se aproximou.

"Papai, vou cavalgar." Quer vir comigo?" 

"Hoje não, filha; pois tenho algumas tarefas para fazer ainda."

Então, olhou para a sua mãe: chamava-se Rita. 

"E você, mamãe?"... 

Ela sorriu. A semelhança com a filha era impressionante. Apesar dos quarenta e oito anos, ainda era uma mulher atraente e com um ar jovial. 

"Você está querendo me provocar, Bruna?" Sabe muito bem que não gosto de cavalos. Ainda mais, depois daquele tombo que levei na semana passada." 

"Mas você não precisa gostar deles, mamãe." Tudo o que quero é que cavalgue comigo." 

Disse ela, prendendo ao mesmo tempo, os longos cabelos. Rita olhou para o marido, colocou as mãos na cintura.

"Essa menina está precisando de umas boas palmadas!" Bruna deu uma risadinha marota. Depois avançou um passo, abraçou Rita e deu-lhe um beijo estalado no rosto. 

"Mamãe, eu te amo!" 

Rita retribuiu o carinho cobrindo-a de beijos. 

"Eu também te amo muito, minha filha." Disse, emocionada. Após olhar a troca de carinho entre as duas, José Pires perguntou: 

"Aonde vai, Bruna?"

"Lá para os lados da fazenda do Sr. Jairo." 

"Não está um pouco tarde para ela ir sozinha?" Manifestou-se Rita.

Bruna olhou para um pequeno relógio no pulso. Depois disse: 

"Prometo voltar dentro de uma hora."

"Tudo bem, filha." Mas não se afaste muito. E lembre-se das mortes que ocorreram nas imediações do Lajeado." Advertiu José Pires. 

"Fique tranquilo, papai, não esqueci." Mas, segundo o delegado Raul nos disse, foi em local isolado e próximo às serras. Além disso, foi à noite." 

"Mesmo assim, Bruna. É bom ter cautela. Enquanto não pegarmos a onça que anda rondando por aí à noite... toda precaução nunca é demais." 

Ela esticou o braço para pegar no galho que tremulava diante de si algumas jabuticabas. Após saboreá-las, voltou-se a ele perguntando: 

"Então, ainda não pegaram a tal da onça?" 

Ele balançou a cabeça, negando: 

"Ainda não, filha." Mas, hoje mesmo, estive com o meu vizinho Laerte em sua fazenda. Ele e seus empregados têm feito constantes caçadas, porém sem conseguir êxito." Ela, então, num gesto rápido, colocou o chapéu na cabeça e saiu. 

Após caminhar por cerca de cinquenta metros, chegava ao curral da fazenda. Logo, após montar num magnífico cavalo branco que alguém lhe trouxera, saiu a galopar pela vegetação rasteira. Trinta minutos depois, chegava ao local pretendido. O ruído forte e intenso de água em movimento, além da paisagem em torno de si, a encantava.

Alguns metros acima do local onde ela estava, podia-se ver na irregularidade do leito magníficas cascatas despejando um grande volume de água. Adiante, na margem oposta, localizava-se a fazenda de Jairo Pereira, a cerca de quatrocentos metros do riacho. Enquanto distraidamente ela olhava as cascatas, algo... ou alguém abria espaços na vegetação que ali crescia a meio metro do solo. 

Encoberto pelo mato adjacente às margens, dirigia-se ao local onde Bruna estava. Ela estava bem próxima da água, inclinou-se para frente. E viu, como se vê num espelho, seu rosto refletido tremulando na transparência do riacho. O barulho forte e contínuo da correnteza prendia-lhe a atenção. 

Entretanto, o vento acariciava-lhe o rosto, o que lhe dava uma boa sensação. Absorta, não ouviu os passos atrás de si. Mas... quando sentiu algo tocar-lhes os cabelos, virou-se com o coração batendo forte.

"Olá, assustei você?" Soou uma voz feminina com um certo quê de ironia. 

"É evidente que não!" Só estou tremendo!" Retrucou Bruna em tom sarcástico. A outra sorriu. Segurando as mãos dela, pediu desculpas com extrema simpatia. 

"Por favor, minha querida, desculpe-me!" Não pretendia assustá-la." Mais calma, e demonstrando a simpatia e educação que lhe era peculiar, ela correspondeu ao gesto afetuoso da bela moça à sua frente. Tinha cerca de vinte e cinco anos. 

Era morena, os cabelos escuros e compridos. Olhos pretos, penetrantes e misteriosos; sobre os quais podiam-se ver finas e compridas sobrancelhas ligeiramente oblíquas, uma boca grande e lábios carnudos. Estava vestida num maiô amarelo, que realçava toda a exuberância de seu corpo sedutor. 

Sentando-se ao lado de Bruna, ela disse: 

"O meu nome é Valéria, e o seu?" 

"O meu é Bruna," respondeu a outra prontamente. 

"Ah!"... Você deve ser a filha do Sr. José Pires. Estou certa?"

Ela fez um gesto com a cabeça, confirmando:

"Sim; você o conhece?" Ele esteve na fazenda de meu tio Jairo recentemente." 

"Então, você é a sobrinha dele?"

"Sim. Estou aqui há cerca de dois meses." Respondeu Valeria.

"E está gostando daqui?"

"Muitíssimo. É um lugar deslumbrante." Disse ela, fixando seus grandes olhos negros nas cascatas. Conversaram durante meia hora. Depois, lembrando-se, Bruna exclamou, levantando-se e olhando para o relógio no pulso: 

"Já é tarde!" Estava tão distraída conversando contigo, Valéria, que até esqueci do tempo." 

Já passavam das dezoito horas daquele entardecer. O céu tingia-se de fascinante cor alaranjada: era o crepúsculo vespertino, um espetáculo da natureza habitual no cerrado. Os olhos misteriosos de Valéria fixaram-se por alguns segundos no sol que já sumia por trás das serras. Voltando-se para Bruna, disse:

"É... o dia está morrendo." É melhor você ir."

"Além disso, meus pais já devem estar preocupados com minha ausência." "Foi muito bom te conhecer, Valéria." 

"Igualmente, Bruna. Mais uma vez, desculpe-me pelo susto."

"Esqueça, pois eu já esqueci." "Mas não faça isso novamente!" Brincou ela. A linda moça morena riu, sacudindo charmosamente os longos cabelos negros ainda úmidos. Caminharam na direção de uma árvore nas proximidades da margem. 

"Que lindo!" Exclamou Valéria ao ver o cavalo branco preso à árvore.

"Lindo e dócil." Disse a outra, afagando o pescoço do imponente animal. Porém, repentinamente, ficou incomodado com a presença de Valéria. 

"Ei... Calma! Valéria, que estava bem próxima, deu alguns passos para trás. 

"Acho que ele não gostou nada de mim." Disse ela, sorrindo. 

"Não sei o que deu nele, Valeria. "Não costuma se comportar assim."

Ela, então, montou agilmente no cavalo. Depois, olhando para Valéria, advertiu: 

"A noite não tarda, Valéria; é melhor você ir também."

"Fique tranquila, Bruna. Só vou atravessar para o outro lado para pegar a minha toalha."

"Tchauzinho, então." Despediu-se Bruna, movendo o cavalo para o lado. 

"Tchau!" Acenou ela. Após vê-la sumir no mato, Valéria mergulhou no lajeado. Com surpreendente habilidade, superou a forte correnteza do riacho. 

Minutos depois, saía da água já na outra margem. Exatamente naquele instante, dois cavaleiros chegavam à beira do lajeado. Enquanto seus cavalos bebiam, eles observavam, seduzidos pela beleza exótica dela. 

Valéria tinha os ombros largos, pele morena e corpo atlético. No decote ousado de seu traje de banho, podia-se divisar os seios exuberantes. 

Ao sair da água, ela fez algo que os espantou. Espontaneamente, como se estivesse sozinha naquele lugar, despiu-se. Logo, de posse de uma toalha azul, começou a enxugar os cabelos. 

Depois, deslizou-a pelas curvas sedutoras de seu corpo. Enquanto fazia isso, percebia, com o canto dos olhos, o quanto eles estavam espantados, porém, desejavam-na. 

Entretanto, de perfil para eles, inclinada, continuava a enxugar suas pernas grossas deslizando a toalha de maneira provocante. 

Com o sorriso encoberto pelos fios negros e brilhantes dos cabelos, divertia-se com tudo aquilo. Concluída, então, a insinuante tarefa, enrolou-se na toalha e afastou-se do local, caminhando pela margem.


Eram quase dezessete horas daquela mesma tarde. No alto, o sol começava a perder o seu vigor. Então, o forte calor de algumas horas antes tornava-se mais ameno, sendo substituído aos poucos por uma gostosa brisa que se fazia sentir em qualquer lugar da região. 

A essa hora, no pomar de sua fazenda, José Pires e sua esposa conversavam à sombra das árvores frutíferas. A filha do casal se aproximou.

"Papai, vou cavalgar. Quer vir comigo?" 

"Hoje não, filha; pois tenho algumas tarefas para fazer ainda."

Então, olhou para a sua mãe: chamava-se Rita. 

"E você, mamãe?"... 

Ela sorriu. A semelhança com a filha era impressionante. Apesar dos quarenta e oito anos, ainda era uma mulher atraente e com um ar jovial. 

"Você está querendo me provocar, Bruna?" Sabe muito bem que não gosto de cavalos. Ainda mais, depois daquele tombo que levei na semana passada." 

"Mas você não precisa gostar deles, mamãe." Tudo o que quero é que cavalgue comigo." 

Disse ela, prendendo ao mesmo tempo, os longos cabelos. Rita olhou para o marido, colocou as mãos na cintura.

"Essa menina está precisando de umas boas palmadas!" Bruna deu uma risadinha marota. Depois avançou um passo, abraçou Rita e deu-lhe um beijo estalado no rosto. 

"Mamãe, eu te amo!" 

Rita retribuiu o carinho cobrindo-a de beijos. 

"Eu também te amo muito, minha filha." Disse, emocionada. Após olhar a troca de carinho entre as duas, José Pires perguntou: 

"Aonde vai, Bruna?"

"Lá para os lados da fazenda do Sr. Jairo." 

"Não está um pouco tarde para ela ir sozinha?" Manifestou-se Rita.

Bruna olhou para um pequeno relógio no pulso. Depois disse: 

"Prometo voltar dentro de uma hora."

"Tudo bem, filha." Mas não se afaste muito. E lembre-se das mortes que ocorreram nas imediações do Lajeado." Advertiu José Pires. 

"Fique tranquilo, papai, não esqueci." Mas, segundo o delegado Raul nos disse, foi em local isolado e próximo às serras. Além disso, foi à noite." 

"Mesmo assim, Bruna. É bom ter cautela. Enquanto não pegarmos a onça que anda rondando por aí à noite... toda precaução nunca é demais." 

Ela esticou o braço para pegar no galho que tremulava diante de si algumas jabuticabas. Após saboreá-las, voltou-se a ele perguntando: 

"Então, ainda não pegaram a tal da onça?" 

Ele balançou a cabeça, negando: 

"Ainda não, filha." Mas, hoje mesmo, estive com o meu vizinho Laerte em sua fazenda. Ele e seus empregados têm feito constantes caçadas, porém sem conseguir êxito." Ela, então, num gesto rápido, colocou o chapéu na cabeça e saiu. 

Após caminhar por cerca de cinquenta metros, chegava ao curral da fazenda. Logo, após montar num magnífico cavalo branco que alguém lhe trouxera, saiu a galopar pela vegetação rasteira. Trinta minutos depois, chegava ao local pretendido. O ruído forte e intenso de água em movimento, além da paisagem em torno de si, a encantava.

Alguns metros acima do local onde ela estava, podia-se ver na irregularidade do leito magníficas cascatas despejando um grande volume de água. Adiante, na margem oposta, localizava-se a fazenda de Jairo Pereira, a cerca de quatrocentos metros do riacho. 

Enquanto distraidamente ela olhava as cascatas, algo... ou alguém abria espaços na vegetação que ali crescia a meio metro do solo. 

Encoberto pelo mato adjacente às margens, dirigia-se ao local onde Bruna estava. Ela estava bem próxima da água, inclinou-se para frente. E viu, como se vê num espelho, seu rosto refletido tremulando na transparência do riacho. O barulho forte e contínuo da correnteza prendia-lhe a atenção. 

Entretanto, o vento acariciava-lhe o rosto, o que lhe dava uma boa sensação. Absorta, não ouviu os passos atrás de si. Mas... quando sentiu algo tocar-lhes os cabelos, virou-se com o coração batendo forte.

"Olá, assustei você?" Soou uma voz feminina com um certo quê de ironia. 

"É evidente que não!" Só estou tremendo!" Retrucou Bruna em tom sarcástico. A outra sorriu. Segurando as mãos dela, pediu desculpas com extrema simpatia. 

"Por favor, minha querida, desculpe-me!" Não pretendia assustá-la." Mais calma, e demonstrando a simpatia e educação que lhe era peculiar, ela correspondeu ao gesto afetuoso da bela moça à sua frente. Tinha cerca de vinte e cinco anos. 

Era morena, os cabelos escuros e compridos. Olhos pretos, penetrantes e misteriosos; sobre os quais podiam-se ver finas e compridas sobrancelhas ligeiramente oblíquas, uma boca grande e lábios carnudos. Estava vestida num maiô amarelo, que realçava toda a exuberância de seu corpo sedutor. 

Sentando-se ao lado de Bruna, ela disse: 

"O meu nome é Valéria, e o seu?" 

"O meu é Bruna," respondeu a outra prontamente. 

"Ah!"... Você deve ser a filha do Sr. José Pires. Estou certa?"

Ela fez um gesto com a cabeça, confirmando:

"Sim; você o conhece?" Ele esteve na fazenda de meu tio Jairo recentemente." 

"Então, você é a sobrinha dele?"

"Sim. Estou aqui há cerca de dois meses." Respondeu Valeria.

"E está gostando daqui?"

"Muitíssimo. É um lugar deslumbrante." Disse ela, fixando seus grandes olhos negros nas cascatas. Conversaram durante meia hora. Depois, lembrando-se, Bruna exclamou, levantando-se e olhando para o relógio no pulso: 

"Já é tarde!" Estava tão distraída conversando contigo, Valéria, que até esqueci do tempo." 

Já passavam das dezoito horas daquele entardecer. O céu tingia-se de fascinante cor alaranjada: era o crepúsculo vespertino, um espetáculo da natureza habitual no cerrado. Os olhos misteriosos de Valéria fixaram-se por alguns segundos no sol que já sumia por trás das serras. Voltando-se para Bruna, disse:

"É... o dia está morrendo." É melhor você ir."

"Além disso, meus pais já devem estar preocupados com minha ausência." "Foi muito bom te conhecer, Valéria." 

"Igualmente, Bruna. Mais uma vez, desculpe-me pelo susto."

"Esqueça, pois eu já esqueci." "Mas não faça isso novamente!" Brincou ela. A linda moça morena riu, sacudindo charmosamente os longos cabelos negros ainda úmidos. Caminharam na direção de uma árvore nas proximidades da margem. 

"Que lindo!" Exclamou Valéria ao ver o cavalo branco preso à árvore.

"Lindo e dócil." Disse a outra, afagando o pescoço do imponente animal. Porém, repentinamente, ficou incomodado com a presença de Valéria. 

"Ei... Calma! Valéria, que estava bem próxima, deu alguns passos para trás. 

"Acho que ele não gostou nada de mim." Disse ela, sorrindo. 

"Não sei o que deu nele, Valeria. "Não costuma se comportar assim."

Ela, então, montou agilmente no cavalo. Depois, olhando para Valéria, advertiu: 

"A noite não tarda, Valéria; é melhor você ir também."

"Fique tranquila, Bruna. Só vou atravessar para o outro lado para pegar a minha toalha."

"Tchauzinho, então." Despediu-se Bruna, movendo o cavalo para o lado. 

"Tchau!" Acenou ela. Após vê-la sumir no mato, Valéria mergulhou no lajeado. Com surpreendente habilidade, superou a forte correnteza do riacho. 

Minutos depois, saía da água já na outra margem. Exatamente naquele instante, dois cavaleiros chegavam à beira do lajeado. Enquanto seus cavalos bebiam, eles observavam, seduzidos pela beleza exótica dela. 

Valéria tinha os ombros largos, pele morena e corpo atlético. No decote ousado de seu traje de banho, podia-se divisar os seios exuberantes. 

Ao sair da água, ela fez algo que os espantou. Espontaneamente, como se estivesse sozinha naquele lugar, despiu-se. Logo, de posse de uma toalha azul, começou a enxugar os cabelos. 

Depois, deslizou-a pelas curvas sedutoras de seu corpo. Enquanto fazia isso, percebia, com o canto dos olhos, o quanto eles estavam espantados, porém, desejavam-na. 

Entretanto, de perfil para eles, inclinada, continuava a enxugar suas pernas grossas deslizando a toalha de maneira provocante. 

Com o sorriso encoberto pelos fios negros e brilhantes dos cabelos, divertia-se com tudo aquilo. Concluída, então, a insinuante tarefa, enrolou-se na toalha e afastou-se do local, caminhando pela margem.



 

 

 

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