O Enigma da Pantera : Capítulo 1 parte 01
CAPÍTULO 1 - Parte 01
A LUA E A MORTE
A lua cheia brilhava majestosamente no céu. Convergindo seus raios luminosos para o Vale do Lajeado, deslumbrante região situada no Norte do Brasil, clareava-o de maneira uniforme. Era uma noite de sexta-feira do mês de setembro de 1970.
A paisagem noturna, além de fascinante, tinha um quê de magia e mistério. Sentados na margem rochosa de um riacho, três rapazes pescavam tranqüilamente. Lançando o anzol na água veloz e ruidosa , um deles comentou olhando o companheiro ao lado:
" Você sabia, João, que o Pedro tá tendo um caso com a mulher do Raimundo?" O outro o olhou com uma expressão de reprovação: "Cuidado com o que fala, Francisco!"
Ao perceber a surpresa dos companheiros, ele riu:
"Só falei... porque vi, João."
"É?... E o que você viu?... "
"Lembra daquela festa na semana passada?"
"Claro, nós fomos juntos."
"Era bem tarde," disse Francisco."
"Eu e uma garota fomos lá para os lados do curral. Eu pretendia, é claro, dar uns 'amassos' nela. Então, sem querer, eu peguei o Pedro e a Maria no flagra debaixo de uma árvore."
"É, ela sempre foi uma vadia," comentou o terceiro do grupo. Era o mais jovem: chamava-se Luís. Tinha cerca de dezessete anos.
"É fogosa demais pro Raimundo, então o Pedro resolveu dar uma força. Afinal, eles são muito amigos." concluiu em tom malicioso.
No alto, a lua continuava a brilhar misteriosamente na noite. Entretanto, escondia um terrível segredo, e seria “testemunha” de algo hediondo que aconteceria àqueles três jovens. Despreocupados, eles continuavam a conversar em meio à deslumbrante paisagem noturna.
"Luís, você prepara a fogueira?"
Pode deixar comigo, Francisco." Respondeu, prontificando-se à execução da tarefa.
"Aproveite e já leve os peixes que preparei pra assar," pediu João.
Virando-se, ele caminhou na direção do acampamento improvisado, que ficava próximo a algumas árvores, onde haviam deixado seus cavalos. Após cerca de trinta passos, Luís chegava ao local pretendido. Minutos depois, aquecia-se próximo à fogueira que ele mesmo preparara.
Mas, se tivesse ciência do perigo iminente que o rondava naquele momento, fugiria dali o mais depressa possível.
Enquanto assava os peixes e esperava pelos amigos, algo praticamente invisível nas sombras sinistras da vegetação adjacente o observava. Movendo-se sorrateiro por entre as árvores circundantes, aproximava-se do rapaz.
Ele, entretanto, alheio ao perigo que se escondia no mato, observava os peixes que comeria logo mais na companhia de seus amigos. Ao mesmo tempo, os outros dois conversavam na beira do riacho.
Jamais poderiam imaginar que aquela seria a última noite de suas vidas. A exemplo de Luís, ambos também eram bem jovens. Pescar em noites iluminadas como aquela era hábito e prazer.
Continua na parte 02
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