Maldição Medieval - Capítulo 1 - Parte 01
MALDIÇÃO MEDIEVAL
NOITE DE TERROR
CAPÍTULO 1 - Parte 01
Após o império romano ruir em 476 D.C., surge então o feudalismo, organização social e econômica. Então, as cidades praticamente desapareceram, dando lugar aos feudos. A sociedade feudal era rigidamente hierárquica. No topo estavam os reis e nobres, seguidos pelos cavaleiros e vassalos, e na base da pirâmide, os camponeses e servos. A mobilidade social era praticamente inexistente, e a posição de uma pessoa na sociedade era determinada pelo nascimento.
O sistema feudal era baseado em relações de vassalagem, onde um vassalo jurava lealdade a um senhor em troca de um feudo. O vassalo prometia apoio militar e serviços diversos, enquanto o senhor oferecia proteção e sustento. Essa relação era formalizada através de um juramento de fidelidade e a entrega simbólica de um pedaço de terra.
Um feudo era uma grande propriedade rural que incluía terras agrícolas, florestas, pastagens e, muitas vezes, um castelo ou uma fortaleza. O senhor feudal, ou nobre, era o proprietário do feudo e tinha autoridade sobre todos que viviam nele. Em troca de proteção e o direito de cultivar a terra, os camponeses, ou servos, trabalhavam para o senhor feudal e pagavam tributos.
A vida dos camponeses não era fácil. Entretanto, apesar de serem a base da pirâmide social, desfrutavam da beleza das paisagens, florestas, bosques, rios e montanhas da velha Europa. O reino de Blachi se destacava por ser uma região misteriosa, sinistra e com paisagens deslumbrantes.
Sentada à sombra de uma árvore, a filha de um senhor feudal contemplava as cascatas de um riacho. Porém, olhava para os lados, ansiosa. Há cerca de trinta metros havia uma sentinela. Era comum as filhas dos nobres serem acompanhadas por soldados quando saíam a passeio. Mas ela não só se concentrava no que via ao seu redor, mas com a audição também buscava ouvir algo.
Então, mais uma vez, ela ouviu. O coração bateu mais forte. Em seu lindo rosto angelical, surgiu um sorriso. Diante dela, podia-se ver uma ave de rapina, tratava-se de uma águia. A moça imaginou que a ave viria para a sombra, como já havia ocorrido antes. Entretanto, o inusitado ocorreu. A sentinela também ouviu o som agudo emitido pela águia.
A cena foi impressionante. Um voo rasante direcionado ao cavaleiro. Nas mãos, ele portava uma besta, arma medieval lançadora de dardos. O dardo foi lançado, mas não atingiu o alvo devido à velocidade imprimida pela águia. Entretanto, ela, sim, atingiu o alvo. Com uma envergadura de cerca de dois metros e peso de doze a treze quilos somados à velocidade, o magnífico pássaro derrubou o cavaleiro.
Naquele exato momento, o sol já estava se pondo atrás das montanhas, mas um esplêndido alaranjado do crepúsculo podia ser visto. Antes mesmo de alcançar o solo, ocorreu um efeito visual mágico. Em segundos, a águia foi iluminada tal qual um vaga-lume na escuridão. Então, a imagem se ampliou, dando lugar à figura de um homem. Trajava roupas negras sob a couraça.
O cavaleiro sentinela se ergueu rapidamente. Atônito, encarou o adversário e balbuciou:
“És... um bruxo?”
“Tu podes me chamar como quiseres” Respondeu o outro.
Apesar do susto, o cavaleiro sentinela não se intimidou, sacou a espada e exclamou:
“Seja lá o que fores, sentirás o fio da minha espada!”
O outro riu. Parecia se divertir. Também já estava com uma longa espada na mão. O diferencial é que a lâmina era dourada. Antes do embate, provocou:
“Se quiseres, poderás fugir e contar aos teus amigos que és um covarde.”
Isso foi o suficiente para o cavaleiro sentinela desferir o primeiro golpe. O outro apenas se limitava a usar a espada para bloquear.
Mas quando resolveu contra-atacar, só precisou de um único golpe que quase decepou uma das pernas do adversário. Ele fez um esforço para se levantar, mas não teve forças. O oponente então zombou:
“Estou decepcionado!” Um embate com pouca emoção. Tu não és digno de trabalhar como protetor da filha de um senhor feudal.” Dito isso, enfiou-lhe a lâmina da espada que atravessou a couraça do sentinela. Então, após o grito de dor, ele ‘adormeceu’ nos braços da morte.
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